You may want to read:
O que eu quero dizer é…
Normalmente uma pessoa que acredita que precisa perdoar a si mesmo pecou, de alguma forma, daí a necessidade de perdão.
Todo pecado requer perdão, a fim de ser livre dele. Até aqui, tudo bem.
No entanto, ao invés do autoperdoador buscar perdão de Deus somente, ele acredita que precisa de algo mais, algo além do perdão de Deus. Ainda que possa pensar sobre, e até mesmo saber que Deus vai perdoá-lo de seus pecados, ele também acredita que o seu perdão pessoal de si mesmo também é necessário.
“Sim, Deus me perdoou, mas eu não posso me perdoar pelo que fiz”, é uma resposta típica.
Esta é uma heresia importante, porque acrescenta ao Evangelho de Jesus Cristo. Por isso, deve ser repudiado. Toda vez que acrescentamos alguma coisa ao Evangelho, zombamos e marginalizamos a obra de Cristo, e isso deve ser rejeitado.
Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado! (Gálatas 1.8-9, NVI)
A razão pela qual o Cordeiro perfeito de Deus veio à Terra foi para nos salvar dos nossos pecados. Este é um princípio fundamental do Evangelho. O homem estava perdido nos seus pecados e se ele haveria de ser resgatado, então Deus teria de fazê-lo. Ele veio, tornando-se homem, vivendo em perfeição, morrendo na cruz e ressuscitando da sepultura, a fim de não apenas vencer o pecado, mas fornecer um meio para o homem pecador ser livre do pecado.
Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus. (Efésios 1.7, NVI)
Se o homem pecador pudesse perdoar a si mesmo, então ele não necessitaria de um sacrifício perfeito. Se um sacrifício imperfeito resolve, então quem precisa de Cristo? Eu posso pecar, perdoar-me do meu pecado, e ser liberto do meu pecado – fantástico! Seria um mundo hermeticamente fechado de autorredenção. Eu peco. Eu me perdoo. Eu sigo em frente.
Deixe-me repetir: somente Cristo pode nos perdoar de nossos pecados. Não podemos perdoar a nós mesmos dos pecados que cometemos contra um Deus soberano, infinito, santo e todo-poderoso.
Persistente sentimento residual de condenação
A pessoa que está lutando com autoperdão cometeu algum tipo de pecado. Transgrediu a lei moral de Deus e está se sentindo mal com o que fez. Isso é uma coisa boa. Sempre que pecamos, deve haver condenação acompanhando. A condenação de Deus é a sua bondade para conosco.
Imagine ser capaz de pecar sem reconhecer. Seria como cortar sua mão fora e não sentir dor. A dor, neste caso, é uma outra boa misericórdia do Senhor. Condenação é semelhante. Dá-nos a oportunidade de responder a Deus, receber o seu perdão e adentrar a liberdade que o poder do Evangelho oferece.
Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. (1 João 1.8-9)
Em alguns casos, alguns cristãos têm dificuldade em receber e descansar no perdão de Deus para o que eles fizeram. Eles podem até mesmo pedir a Deus para perdoá-los, mas um sentimento residual persistente de condenação permanece. Elas não estão realmente acreditando na Palavra de Deus porque eles não estão se apropriando a graça que ele lhes provê.
Em acréscimo ao seu pecado inicial, eles lutarão com questões permanentes, como culpa, remorso, vergonha, constrangimento, mortificação, “não posso acreditar que fiz o que fiz” e assim por diante.
Eles podem até agravar os seus problemas, escondendo a verdade sobre si mesmos. Eles podem ser tentados a entrar em um modo de isolamento, fazendo aquilo que Adão e Eva fizeram – cobriram-se com folhas de figueira.
Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se (Gênesis 3.7, NVI).
O choque de seu pecado os tentou a pecar mais. Ao invés de correrem para Deus, eles correm impetuosamente em mais pecado por causa de seu encobrimento. Nesses casos, a pessoa não quer ser encontrada.
O evangelho da autoestima
O pleno poder do Evangelho está sendo obstruído em suas vidas. Sua visão de si mesmos, de Deus e de seu Evangelho não é clara. Isso no geral é por causa do ensino aberrante que bagunçou seu pensamento, no caso, o movimento de autoestima.
O movimento de autoestima ensina você a pensar muito de si mesmo, enquanto a Bíblia ensina você a pensar muito dos outros. Este é um dos muitos pontos em que o mundo e os cristãos vão em duas direções diferentes.
Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros (Filipenses 2.3-4, NVI).
O movimento de autoestima é contraprodutivo para o pensamento do homem cristão. Isso leva a introspecção mais e mais, o que leva a uma prisão mental.
Alguém pode gastar tempo pensando sobre si mesmo e se sentir melhor sobre si mesmo por causa de suas reflexões introspectivas? O Evangelho nos liberta de nós mesmos, enquanto nos motiva a dedicar mais tempo a Deus e aos outros.
Pensar e de viver centrado no Evangelho leva a uma maior maturidade em Cristo. Este tipo de pensamento é uma cosmovisão distintamente centrada no outro.
Olhando para si mesmo
A categoria bíblica para a autoestima é chamada de autojustificação. Deixe-me ilustrar: Imagine uma pessoa que são duas pessoas. Digamos que essa pessoa sou eu. Nesta ilustração eu sou a pessoa A e a pessoa B. Eu sou pessoa que representa as duas pessoas.
Agora, vamos dizer que a pessoa A comete adultério e que a pessoa B não consegue acreditar no que a pessoa A fez. Em outras palavras, eu B estou chocado com o que eu A fiz. “Querido Deus, eu não posso acreditar que eu A fiz o que fiz.”
Além de estar chocado, eu também estou constrangido, irritado, frustrado, confuso e envergonhado com o que eu A fiz. Meu evangelho da autoestima me diz para pensar muito de mim, mas minha realidade me diz que eu ocasionalmente peco contra Deus e aos outros.
E quando eu cometo pecado, ele me põe num parafuso. Por quê? Porque a minha autoestima diz: “Eu não posso acreditar que fiz isso”. Só uma pessoa com uma elevada visão de si mesma ficaria chocada com o que fez.
Nenhum cristão deve ficar surpreso ou chocado por ter pecado. Embora você seja um santo, você pode escolher pecar. E, adivinhe? Você escolhe! Eu escolho! Somos pessoas caídas, vivendo em um mundo caído, e às vezes, somos tentados a ceder à tentação do pecado. Sim, é uma triste realidade da vida.
Se você beber regularmente do modelo contraprodutivo da autoestima, então você perceberá o quanto o pecado é difícil de se lidar. Enquanto estiver pressionando continuamente para cima na manutenção de pensamentos elevados sobre si mesmo, você vai pecar. E quando o fizer, sua mente vai ser como uma montanha russa de pensamentos ruins. Tais coisas como surpresa, descrença, desânimo e susto serão seus companheiros.
Mas se você beber regularmente da visão das Escrituras de quem você é como um santo que peca, então estará preparado para lidar com a realidade do pecado em sua vida. Embora você experimente culpa e condenação – a misericórdia de Deus para você – isso não vai afastá-lo, mas apontar-lhe o Salvador que vai perdoá-lo de seu pecado.
A Bíblia não têm uma visão elevada dos seres humanos. Na verdade, a Bíblia tem uma visão extremamente baixa de quem os seres humanos são e o que podem fazer. Sempre que a Bíblia fala sobre as tendências do homem, fora da graça de Deus, sua visão do homem é tão baixa quanto possível, até mesmo pronunciando uma eterna sentença de inferno.
Como está escrito: “Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3.10-12, NVI).
Se o nome de alguém não foi encontrado no livro da vida, este foi lançado no lago de fogo (Apocalipse 20.15, NVI).
Precisando de mais do que Cristo
A autoestima ou o que a Bíblia chama de justiça própria é uma visão elevada de si mesmo. A pessoa B não pode acreditar no que a pessoa A fez. Em outras palavras, não pode acreditar que ele mesmo fez.
A verdade é que ele pecou como qualquer santo pode pecar. Se ele pensa elevado demais de si mesmo, logo sairá dos limites bíblicos. Este tipo de pensamento elevado continuará a tentá-lo a pensar que ele precisa mais do que o perdão de Cristo.
Nota – uma vez que o seu pensamento vai para fora dos limites bíblicos, todos os tipos de ensino antibíblico podem influenciá-lo. Portanto, a pessoa autojustificada viverá com os contínuos resíduos de culpa e vergonha por causa de sua indisposição de abraçar uma avaliação sóbria de quem ele realmente é: um santo que peca.
Esta batalha contínua com a culpa e a vergonha vai tentá-lo a pensar na linha do autoperdão. “Pedi perdão a Cristo e eu creio que ele me perdoou, mas eu ainda luto com o que eu fiz, então eu só preciso perdoar a mim mesmo.”
Você não pode fazer isso. O pecado foi contra Deus e somente Deus pode perdoá-lo. Deixe-me ilustrar com uma verdade e, em seguida, uma analogia. Aqui está a verdade: A pessoa contra quem você pecou determina o preço a ser pago para cobrir o crime.
Eis a analogia: se você causar um acidente de carro, você não é o único que determina o que você vai pagar. A companhia de seguros vai ao local do acidente e avalia os danos. A empresa lhe diz então qual será o custo.
Esta analogia é próxima de como funciona o perdão de Deus. Ele foi a autoridade ofendida, portanto ele é quem determina o que será necessário para cobrir o crime. E ele tomou essa decisão quando enviou seu Filho unigênito para morrer na cruz por nossos pecados.
Você não pode ir a Deus e dizer-lhe que é preciso haver um maior sacrifício para o pecado que você cometeu. Você vê o quão estranho é isso? Não há necessidade de você perdoar a si mesmo uma vez que Deus o perdoou. Você pode descansar em seu perdão?
Vivendo no bem do Evangelho
Eu compreendo bem o que é ser surpreendido pelo pecado. Houve muitas vezes em que fiquei espantado com meu pecado. Nesses casos, eu mergulhei no Evangelho. O Evangelho me informa que não sou apenas tentado, mas peco. É por isso que temos um Evangelho, certo?
O Evangelho veio para cuidar do meu problema com o pecado, porque eu não podia fazê-lo. A própria presença do Evangelho significa que eu tenho um problema de pecado. Meu trabalho é simples: aplicar o Evangelho à minha vida.
Devo pedir, receber e aplicar o perdão de Deus para minha vida. Então, eu devo ir e não pecar mais. Mas se eu pecar de novo, então eu devo pedir, receber e aplicar o perdão de Deus para minha vida novamente.
Se você é como eu, uma pessoa que pode tornar-se excessivamente surpresa com o próprio pecado, então talvez você precise se arrepender da justiça própria. Isto é o que eu tenho que fazer nestas ocasiões. Posso muito facilmente desviar da verdade de que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior (1 Timóteo 1.15).
Às vezes eu posso esquecer isso e realmente me tornar excessivamente chocado com o que eu fiz. Quando ajo assim, então eu preciso não apenas me arrepender do pecado que cometi, mas ainda me arrepender de minha atitude hipócrita que me motiva a pensar que eu estou acima de pecar.
Eu não estou acima de pecar. Pergunte à minha mulher. Pergunte aos meus filhos.
Embora o nosso mundo não possa entender o que estou dizendo aqui, há uma liberdade enorme quando um cristão pensa menos de si mesmo e pensa mais de Cristo. Quando estou pensando como um homem centrado no Evangelho, mas ainda assim peco – o que eu odeio com todo o meu ser – não vou procurar por qualquer outro tipo de perdão, senão o que Cristo oferece.
Peço a ele que me perdoe. Eu, então, recebo o seu perdão cheio de graça, e sigo em frente para a glória de Deus.
Rick launched the Life Over Coffee global training network in 2008 to bring hope and help for you and others by creating resources that spark conversations for transformation. His primary responsibilities are resource creation and leadership development, which he does through speaking, writing, podcasting, and educating.
In 1990 he earned a BA in Theology and, in 1991, a BS in Education. In 1993, he received his ordination into Christian ministry, and in 2000 he graduated with an MA in Counseling from The Master’s University. In 2006 he was recognized as a Fellow of the Association of Certified Biblical Counselors (ACBC).