– “Deixe-me contar-lhe sobre Bob. É sério! Ele é tão chato. Ele fica fazendo aquilo … Depois de um tempo torna-se absolutamente irritante. Eu acho que alguém devia falar com ele. Eu falaria, mas eu já fiz isso antes com outros e não foi muito legal.”
– “E já que estamos no assunto… tem a minha igreja local. Eu não faço ideia de por que eles não conseguem fazer as coisas direito. Não importa o que eu digo ou quantas vezes eu reclamo, eles continuam como se nada estivesse errado.”
– “Eu pensei que esta igreja seria diferente da minha última igreja. Mas agora eu sei: Esta igreja. A igreja anterior. É tudo igual.”
A decepção está se espalhando
Alguém já decepcionou você?
Alguma igreja, empresa ou outra instituição já aborreceu você?
Em que nível e em que grau você se decepcionou com as pessoas, lugares ou coisas?
Eu presumo que, se você está respirando, então já foi decepcionado.
Ser decepcionado é ser humano. É como peixes e água. Ser um peixe é experimentar a água. Não há outras opções para o peixe, a menos que ele morra. Ser humano e experimentar a decepção é semelhante. Não há outras opções para nós – não até que Jesus volte.
Quando Adão resolveu bancar o esperto no jardim, dizendo: “Eu vou fazer do meu jeito”, Deus respondeu com uma promessa. Essa promessa foi o sofrimento pessoal para ele, sua esposa, e cada pessoa que viria de seus lombos.
“Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;” (Romanos 5.12, NVI).
A morte passou a todos os homens. Esta é a realidade inevitável do que significa ser um filho ou filha de Adão. Pode-se dizer desta maneira: a decepção está se espalhando. Tal como o tsunami que varreu o Japão, o sofrimento está regularmente varrendo nossas vidas.
Ninguém deveria ficar se perguntando “Será que vou ser decepcionado por alguém?” A pergunta melhor e mais teologicamente precisa a se fazer é: “Como eu responderei ao pecado que Deus está introduzindo em minha vida?”
Se eu e você ainda estivermos presos ao “será que vai acontecer?”, então será um desafio fazer o trabalho preventivo em nossos corações que nos permitirá responder de uma forma cristã, quando as dificuldades surgirem. …E elas estão chegando.
Ficar surpreso por terem pecado contra você, a ponto de ficar irado ou amargo, reflete um coração que não é informado pela Palavra de Deus. Portanto, é imperativo que todos nós tenhamos uma compreensão da decepção pessoal moldada pelo Evangelho.
Os propósitos redentivos do sofrimento
Apesar de estar chamando você a viver com a consciência bíblica sobre Deus introduzindo pessoas difíceis em sua vida, não estou dizendo que devemos viver como cristãos cínicos. Você sabe, o cara que acredita que não importa quão boas as coisas estão agora, o outro sapato vai cair.
Talvez você não esteja familiarizado com essa expressão. Significa viver com a consciência de que você pode ser esmagado a qualquer momento pelo “outro sapato” que vai cair sobre sua cabeça. Este tipo de pensamento pessimista não é cristão.
Eu ocasionalmente ouço cristãos dizendo algo como: “Não ore pedindo paciência. Se orar, então Deus certamente trará problemas em sua vida.” Essa é uma afirmação teológica estranha. Não soa bem.
E vem anexada a uma leve acusação contra Deus. Também perde a verdade óbvia do Evangelho: era a vontade do Pai para esmagar seu Filho (Isaías 53.10). Ele não executou seu único Filho para ensinar-lhe a paciência. Ele misericordiosamente fez isso para que pudéssemos ser salvos de nossos pecados.
O mundo olharia as pessoas frustrantes da vida e vê o mau karma ou mau destino. O cristão olha para essas mesmas pessoas e sabe que Deus está agindo em sua vida. Isto não é um exercício psicológico para ajudá-lo a suportar as dificuldades. É uma maneira de encarar a vida conforme uma visão de mundo transformadora e centrada em Deus.
A perspectiva do direito
Quanto mais uma cultura se afasta da centralidade da Palavra de Deus, mais as pessoas se tornam autocentradas e egoístas em suas mentes. Isto atinge bem o coração do problema da alma decepcionada: passamos do que podemos fazer para Deus, para o que Deus deveria estar fazendo por nós. Quando coisas ruins acontecem ao cristão maduro, ele não fica surpreso, mas como uma criança tentando resolver um quebra-cabeça, ele faz perguntas a Deus. Há uma barreira erigida em sua vida e com certo grau de expectativa otimista, ele quer saber o que Deus está fazendo.
Esta não é a inquérito dos frustrados, mas a investigação dos cheios-de-fé. Ele sabe intuitivamente que Deus não lhe daria um obstáculo a menos que a obstrução pudesse ser usada para um bem maior.
“Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!” (Mateus 7.11, NVI)
Isso é mais do que a diferença entre olhar as coisas como “copo meio cheio” versus “copo meio vazio”. Esta é a visão de mundo cristã. Se nossa visão de mundo – a grade através da qual nós interpretamos tudo na vida – não é moldada pelo Evangelho e centrada em Deus, então não há nenhum modo possível de pensar corretamente sobre pessoas irritantes ou situações decepcionantes.
Deus é por você?
Portanto, a primeira pergunta que você tem de responder quando está confrontado pessoas difíceis ou decepcionantes em sua vida deve ser: “Deus é por mim? Será que Deus está trabalhando o bem em minha vida, porque me ama e quer que eu não só experimente plenamente a Cristo, mas glorifique seu nome no processo? ”
Se você realmente e biblicamente crê que Deus é por você, então você está pronto para avançar para o próximo nível. Agora você está pronto para processar as suas dificuldades. Se você não acredita que Deus está do seu lado ou se tem dúvidas sobre sua bondade ativa em sua vida, então você precisa se agachar aqui antes de seguir em frente, e responder essas quatro perguntas (Romanos 8.31-35):
Podemos ser tentados a pecar por pessoas que fazem coisas más contra nós. Se verdadeiramente não crermos e vivermos na bondade do seu Evangelho, vamos ser controlados por aquilo que fazem para nós ao invés de por aquilo que Deus pode fazer por nós. E quando somos controlados pelo pecado dos outros, vamos pecar de todas as maneiras. Por exemplo:
Na verdade, se você quiser medir a sua maturidade em Cristo, então tudo que você tem a fazer é avaliar a sua resposta normal às dificuldades, desafios e àquelas pessoas tipo carne de pescoço que parecem surgir regularmente em sua vida. A ilustração a seguir vai dar significado ao que me refiro quando digo: “Meça sua maturidade em Cristo”.
A autoavaliação ilustrada
Se você colocar um pedaço de manteiga sob o sol do meio-dia, ele vai derreter. Se você colocar gelo sob o mesmo sol, ele vai derreter também. No entanto, se você coloca um punhado de barro úmido sob o sol, ele acabará por endurecer. O calor irá revelar a composição dos produtos.
E o calor que Deus coloca em sua vida vai fazer algo em você também. O calor irá dizer-lhe rapidamente que tipo de cristão você é. Seu coração vai ser exposto pelo “calor”. Você derreterá na humildade ou você endurecerá no orgulho? (Veja Tiago 4.6).
Talvez, ao invés de ficar irritado com a situação – o calor em sua vida – você poderia começar com uma oração de gratidão a Deus. Pense sobre isso: não é admirável que ele revele uma área em sua vida onde você precisa mudar?
Para mim, é fácil ignorar a obra de Deus em minha vida quando meu foco está no que foi feito comigo e não no que Deus está tentando me ensinar. O fato de ele gastar seu tempo comigo é uma misericórdia.
Muitos anos atrás um amigo meu estava compartilhando uma decepcionante história sobre um homem decepcionante em sua vida. Ele contou a história de uma perspectiva crítica, amarga, ferida, frustrada e negativa.
Meu amigo não estava compartilhando comigo o que Deus estava fazendo com ele através daquela pessoa carne de pescoço em sua vida. Meu amigo estava compartilhando sobre o que seu amigo fizera com ele. E perdeu totalmente o potencial de trabalho de Deus em sua vida através do cadinho do sofrimento.
Embora eu não quisesse ser um ouvinte insensível, eu também não queria que ele perdesse o conselho que acredito que Deus queria que ele ouvisse. Portanto, depois de alguns encontros e algumas horas de conversa e solução de problemas, eu adicionei o seguinte à conversa:
Carne de pescoço? Ou instrumento de justiça?
“Não há dúvidas de que seu amigo lhe aprontou uma trapalhada. Ele errou. Ele parece ter várias questões que não está pronto ou talvez não esteja disposto a trabalhar. No entanto, uma das coisas que está impedindo o relacionamento entre vocês é que, enquanto ele fez algumas coisas desagradáveis para você, você está abrigando amargura no seu coração, que se revela na sua fala.
“Minha grande preocupação é que você perca o que Deus está tentando fazer em sua vida. Talvez, ao invés de enxergar esse cara como uma fonte de problemas – e ele o é –, você deva vê-lo como um instrumento de justiça nas mãos de Deus.
“Ele é isso, também. É o instrumento que Deus está usando para moldar seu coração; mas agora você está tão frustrado com ele que você não consegue ver. O seu pecado está cegando você para os fins mais elevados de Deus em sua vida.
“Conquanto eu quisesse poder fazer o seu pecado sumir, eu não posso. Mas, enquanto isso, eu adoraria vê-lo passar mais tempo se afligindo diante de seu Pai sobre o que você pode aprender com isso, ao invés de agonizando em sua alma por estar tão frustrado com ele.
“O Pai não desperdiça sofrimento ou pessoas irritantes. Ele está trabalhando seus bons propósitos em sua vida, mas minha preocupação é que você vai perdê-los. Eu odiaria que você fosse adiante e a única coisa que você carregasse fosse uma atitude ruim.
“Isso não iria glorificar a Deus, nem amadurecer seu coração, nem chegar próximo da possibilidade de resgatar o relacionamento de vocês dois. Embora eu não tenha certeza de que ele pode ser resgatado, estou plenamente confiante de que você pode glorificar a Deus e amadurecer em Cristo.
“Não foi esta a história de Paulo, que recebeu uma situação desagradável do Senhor e, inicialmente, rejeitou o trabalho de Deus em sua vida (2 Coríntios 12.8-9)? Embora eu também não goste de situações difíceis, ainda há mais nessa história, e se você se apropriar pessoalmente do que estou lhe dizendo, então você pode ser radicalmente mudado, mesmo se o seu amigo ou as suas circunstâncias nunca mudarem.
“Estes são duras lições para aprender, mas elas nos trazem de volta para onde nós começamos: nós temos que aprender essas lições porque, até vermos Jesus, nunca seremos capazes de viver em um mundo livre de sofrimentos. Os sofrimentos são promessas do Senhor.
“Qual dessas duas verdades que você deixará controlar o seu coração? Se for o segundo, então você está em posição de ser usado por Deus para fazer grandes coisas para ele…
“Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos (Gênesis 50.20, NVI).”
Rick launched the Life Over Coffee global training network in 2008 to bring hope and help for you and others by creating resources that spark conversations for transformation. His primary responsibilities are resource creation and leadership development, which he does through speaking, writing, podcasting, and educating.
In 1990 he earned a BA in Theology and, in 1991, a BS in Education. In 1993, he received his ordination into Christian ministry, and in 2000 he graduated with an MA in Counseling from The Master’s University. In 2006 he was recognized as a Fellow of the Association of Certified Biblical Counselors (ACBC).